11/11/2013 às 17h35

DIA MUNDIAL DA DIABETES

Tratamento em Câmara Hiperbárica agiliza cicatrização

No dia 14 de novembro é lembrado o Dia Mundial da Diabetes, instituído para simbolizar a luta contra esta doença crônica através de campanhas de conscientização e ações informativas. A diabetes tem como um de seus sintomas a dificuldade de cicatrização de feridas, e, além disso, os pacientes diabéticos devem cuidar muito bem dos pés. O motivo é que o alto nível de glicemia pode afetar os nervos dos pés e causar problemas de circulação do sangue. Quando os nervos dos pés e das pernas ficam afetados, a pessoa pode começar a ter sensação de formigamento e "agulhadas". Além do mais, pode perder a sensibilidade dos pés e não sentir dor, pressão ou alteração de temperatura. Se tiver uma lesão qualquer, pode não se dar conta dela imediatamente, ficando sujeita a infecções.

Desde 2010 o Hospital Augusto de Oliveira Camargo (HAOC) dispõe do Centro Hiperbárico, coordenado pelo médico Dr. Moacir Eduardo Armelim, que é quem conta como o tratamento de Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) é indicado também para atender pacientes diabéticos. "Se o paciente tem uma ferida, infectada, com bactéria, e você aumenta a oxigenação melhora o metabolismo, faz com que as defesas do organismo cheguem mais rápido e combata aquela bactéria. O antibiótico é potencializado, faz com que chegue mais sangue. A ferida forma uma espécie de barreira, em volta você percebe uma fibrose, aquilo dificulta chegar sangue. Um pé diabético já tem problemas circulatórios, tudo dificulta chegar oxigênio".

A Oxigenoterapia Hiperbárica consiste na inalação de oxigênio puro, estando o indivíduo submetido a uma pressão maior do que a atmosférica, no interior de uma Câmara Hiperbárica. O HAOC dispõe de uma Câmara Hiperbárica Multiplace, onde cabem até oito pessoas, com dimensões de cinco metros de comprimento por 2,10 de diâmetro. O tratamento deve ser efetuado em sessões, cuja duração, nível de pressão, número total e intervalos de aplicação são variáveis, de acordo com as patologias e protocolos utilizados.

Dr. Armelim explica como o tratamento funciona: "Em condições normais você está em uma determinada pressão atmosférica. Quando entra na Câmara Hiperbárica a pressão vai aumentando. Aqui, por exemplo, a gente faz tratamento em torno de 15 a 20 metros de profundidade, como se estivesse submerso na água. Quando você chega a 15 metros de profundidade você ganhou 1,5kg de pressão, ou seja, você está a duas e meia atmosferas. Para você comparar, quando desce de São Paulo a Santos a diferença é de sete milímetros de mercúrio. Aqui é 1.500 mmhg. O que isso faz: o sangue tem três componentes, os glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e o plasma. A parte líquida que leva os glóbulos é o plasma. No plasma existe uma concentração de oxigênio livre que vai para a célula. Quando você aumenta estupidamente a pressão você força mais oxigênio a entrar na corrente sanguínea".

Dentro da Câmara Hiperbárica os pacientes recebem através de máscaras o oxigênio puro, oriundo da usina de oxigênio que o HAOC possui, e enquanto aguardam a sessão de tratamento, que tem uma duração variável conforme o caso, podem assistir filmes ou utilizar os jogos disponíveis no local.

Aplicações

Dr. Armelim explica que qualquer especialidade médica que trate pacientes com quadro infeccioso pode optar pelo uso da Câmara Hiperbárica no tratamento. "Algumas especialidades têm uma propensão maior de utilizar: o vascular, principalmente por causa do pé diabético, gastro, endocrinologista, qualquer cirurgião, pois você tem rapidez de cicatrização, melhora o metabolismo, reduz edemas e hematomas. Nos casos de intoxicação pela fumaça, como ocorre em grandes incêndios, com 10 a 15 minutos de Câmara, você tira o monóxido, porque o oxigênio entra no lugar, sob pressão". As patologias tratáveis através de Oxigenoterapia Hiperbárica, segundo a Resolução n° 1457/95 do Conselho Federal de Medicina, são as seguintes:

  • Lesões refratárias: úlceras de pele, lesões pré-diabéticas, escaras de decúbito, deiscências de sutura.
  • Infecções necrotizantes de tecidos models: celulites, faciítes e miosites
  • Osteomielites
  • Envenenamento por monóxido de carbono (inalação de fumaça)
  • Envenenamento por cianeto ou derivados cianídricos
  • Gangrena Gasosa
  • Síndrome de Fournier
  • Isquemias agudas traumáticas: lesões por esmagamento, síndrome compartimental, reimplantação de extremidades amputadas e outras
  • Vasculites agudas de etiologia alértica, medicamentosa ou por toxinas biológicas (aracnídeos, ofídios, peixes e insetos)
  • Queimaduras térmicas elétricas
  • Lesões por radiação: radiodermite, osteorradionecrose e lesões actínicas de mucosas
  • Retalhos ou enxertos comprometidos ou de risco, infectados e/ou necrosados
  • Anemia aguda, nos casos de impossibilidade de transfusão sanguínea
  • Embolia gasosa
  • Doença descompressiva
  • Embolia traumática pelo ar


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